CRISTOVAM BREINER
( BRASIL – MINAS GERAIS )
Nasceu na cidade de Ubá, Minas Gerais.
Cursou o Seminário da cidade de Mariana. Fez o ginásio em Belo Horizonte e formou-se em Direito, Na Faculdade de Belo Horizonte, em 1923.
Foi Delegado de Polícia em Mariana, Juiz Municipal de Itapecerica e de Curvelo.
Veio para o Rio de Janeiro em dezembro de 1933.
Foi advogado, redator do Jornal do Commércio e professor na Faculdade Cândido Mendes, na Pontifícia Universidade Católica, na Faculdade de Economia de Economia do Rio de Janeiro e também, por concurso na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Foi Juiz de Direito na cidade de Maracaju, no atual Mato Grosso do Sul. Juiz de Direito no Rio de Janeiro durante vários anos, depois aposentado com Desembargador.
Publicou os livros de poesias Almas e Paisagens, Paisagens da Vida, Laudes a Mariana, Meu Poema de Ouro Preto, Poemas Religiosos e Bosque da Ingenuidade.
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A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...[
et al.: apresentação por Fernando Pinto. Rio de Janeiro: Record, 1985. 224 p. Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília
CONSOLO DE POETA
Do vértice de nosso ângulo visual,
vamos surpreendendo homens e coisas,
almas e paisagens.
Num instante fugidio, quase irreal,
quais fugazes mariposas,
tocam a luz dos olhos.
A memória guarda-as aos refolhos
mais íntimos, para devolvê-las
com sentimento elaboradas,
em versos perfumados.
Com um grave perfume de saudade,
de saudade do instante que viveram,
aquele instante fugaz, quase irreal,
para consolo do poeta, pobre mortal.
ALMA DAS PAISAGENS
Há paisagens vivas como as almas:
montanhas que eternizam preces;
vales que amenizam as amarguras
dos que fogem à luta ásperas;
planaltos agrestes, sofredores,
com rebanhos de pecadores;
recantos verdes, úmidos, umbrosos,
onde há descanso, ninhos, fartura;
escarpas angulosas, nuas, agressivas,
como se vivessem sofrendo dores,
ou atormentadas por estranha cólera.
Paisagens, almas da terra.
PAISAGENS DE ALMAS
Há almas altas como montanhas,
que respiram o ar fino das cumiadas.
Há almas suaves, bondosas,
como as encostas arredondadas
onde as searas amadurecem risonhas.
Há almas simples e mansas
como as planícies longas, deitadas,
onde a água corre silenciosa.
Há almas rudes como penedias,
onde a vegetação não vinga.
Há almas boas, virtuosas,
que têm sempre uma sombra acolhedora,
para os que passam pelos caminhos...
Almas, paisagens da vida.
ÁRVORE
Árvores, minha irmã bela e fecunda,
nem só flores e frutos de ti nascem,
também nasce a beleza, que me inunda
o coração e os sonhos reflorescem.
Repouso em ti, acolhedora sombra,
visão saudosa e casta das origens,
da humanidade matinal penumbra.
Assim a meu encontro é que tu vens.
As minhas dores caem como as folhas,
que deixas tombar sobre o pó do chão,
gotas da vida fecundando a terra.
Que meu amor filial sempre recolhas
no escrínio maternal do coração,
que o sopro original da vida encerra.
*
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Página publicada em junho de 2023
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